REPROVAÇÃO, ABANDONO E A ENTRADA TARDIA NA ESCOLA MUCIPIPAIS DA CIDADE DE IBIRITÉ, O QUE SERÁ QUE O GESTOR DO MUNICÍPIO ESTÁ FAZENDO PARA REVERTER ESSE QUADRO ASSOMBROSO.
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Equipe trabalho e Educação
Os números são alarmantes e trazem uma preocupação urgente para a sociedade e em especial para o poder público municipal em relação ao quantitativo de crianças e de jovens que têm seu direito à educação negado. Há uma necessidade imperiosa de uma ação mais efetiva e concreta do poder público Municipal para garantir o acesso e a permanência das crianças e adolescentes durante o seu percurso formativo. O poder público municipal não pode ser leniente ou inconsequente com esta tragédia social que compromete exponencialmente o presente das crianças e dos adolescentes.
Ademais estes dados da defasagem demonstram a necessidade de um recorte em termos de gêneros, raça/etnia e renda para compreender as razões do abandono e da repetência escolar.
Esses dados são de suma importância, pois o atraso escolar afeta vários estudantes em várias escolas municipais de Ibirité e têm forte impacto na vida futura de cada um deles. Apesar de, como já foi dito outras vezes, que a educação é um direito fundamental que auxilia na vida de cada indivíduo, muitos estudantes têm negado seu direito de aprender e de desenvolver na idade correta. Dessa forma, acabaram sendo abandonados e sem perspectivas.
Um dado que contribui bastante para elevação do indicador de distorção idade-série é o percentual de alunos reprovados ou que abandonaram os estudos. A referência de distorção idade-série é um processo que dificilmente é reversível, tendo em vista que um aluno que atrasar os estudos no início da educação básica, por conta da reprovação ou abandono, permanece nessa situação até a conclusão do ensino médio ou, eventualmente, até uma evasão. os dados mostram que no ensino fundamental do 6 ao 9 ano as maiores taxas de distorção da rede pública municipal e, enquanto, que na rede privada, a taxa de distorção idade-série do ensino fundamental é inferior e menos variável do que da rede pública.
Observa-se que os dados de distorção idade-série na rede municipal são extremamente altos, inaceitáveis e inadmissíveis, demonstrando a ineficiência do sistema público e até mesmo da péssima qualidade de ensino.
A uma percepção equivocada de que o impacto negativo gerado por problemas como distorção idade-série se dê apenas na vida do indivíduo diretamente afetado por tal problema. Com menor capital cultural, a cidade indiscutivelmente perde em um menor crescimento econômico e de longo prazo amplia ainda mais a desigualdade social. E a cidade de Ibirité sai perdendo seus futuros talentos. E esse tipo de perda é incomensurável.
E os dados (DIS) desnudam uma realidade grave e predominante da escola pública, causada sobretudo pela reprovação, abandono e a entrada tardia na escola. A distorção idade/série (DIS) expõe a fase mais cruel e excludente da educação pública para boa parte das crianças e jovens. Este processo de fracasso e reprovações trazem marca indelével na subjetividade da criança e jovens que assimilam e interiorizam o discurso de fracassado, incapazes e inferiorizados pela escola, portanto, a escola responsabiliza o estudante pelo seu fracasso, se eximindo de qualquer responsabilidade.
Além de tudo, a DIS se insere em uma discussão mais complexa que diz respeito à qualidade da educação do município de Ibirité, e, em especial sobre avaliação escolar que, muitas vezes, vem servindo de ferramenta para exclusão escolar das crianças e adolescentes mais expostos à violência e à pobreza.
Para os especialistas do UNICEF, é preciso agir para trazer crianças e adolescentes de volta às escolas e evitar impactos negativos no futuro. Entre algumas das ações recomendadas, estão:
1. Mapear estudantes com distorção idade-série nas escolas públicas do município:
1.1. Identificar no município ações coordenadas pela assistência social para estudantes com atraso escolar;
1.2. Trabalhar em parceria com o Conselho Municipal de Educação e o Conselho Estadual de Educação para garantir que a normatização local esteja de acordo com as estratégias de enfrentamento à distorção idade-série identificadas no município;
1.3. Discutir e planejar junto com os núcleos de Cidadania de Adolescentes as estratégias de enfrentamento à distorção idade-série garantindo espaço de escuta e protagonismo dos adolescentes nas ações.
2. Implementar estratégia de oferta de propostas pedagógicas para estudantes em distorção idade-série nas escolas públicas do município:
2.1. Planejar ações com as coordenações estaduais regionais de educação para que todas as escolas do município (sejam da rede municipal ou da rede estadual) possam trabalhar juntas no enfrentamento à distorção idade-série.
3. É preciso também manter pais e responsáveis informados de que a matrícula poderá ocorrer a qualquer momento do ano.
4. Elaborar estratégias que levem conectividade aos estudantes, professores e escolas é primordial para evitar a exclusão e o abandono escolar.
5. Desenvolver currículo específico, centrados nos estudantes.
6. Busca Ativa.
7. Olhar para as necessidades de cada criança e adolescente.
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